quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Buscas

Alcântara é um cara de raciocínios precisos. Mas sua paixão nada tem de lógica. Ele é cientista responsável por emitir sinais para o espaço em busca de vida extraterrestre. Ao voltar do laboratório sempre se queixa à esposa que sua missão é impossível. “ O que sensibilizaria um ET, o Som? A Luz? O Calor? O Raio-x? O Cheiro? O Amor?” E baixinho, fala na hora de dormir: “Se o universo é infinito, onde devo procurar?”. O curioso é que mesmo depois de 30 anos sem obter nada de resposta esse cientista segue igualmente motivado em prosseguir. Quase todo café da manhã, antes de ir trabalhar, está animado. E diz aos filhos que encontrou a solução.

Enquanto isso, outro terráqueo admira a vida que existe aqui. Seu nome é Noel. Para ele tudo que é vivo é mágico. Mas sendo ele um ser humano, é exatamente o seu semelhante que ele pouco entende. Noel sempre está pelos bares dizendo: “Como posso ter os humanos como razão de meu maior ódio e meu maior amor?” Resolveu então que emitiria sinais para os terráqueos em busca de compreensão. “Quero enviar a mim mesmo como sinal às outras pessoas”. E de forma intuitiva foi atrás da solução para tal façanha. Construiu uma linguagem própria de se comunicar, sua arte. Através desta, aos poucos, vai se formando uma comunidade ao redor de Noel. Ajudando-o a sentir-se mais em casa aqui na Terra.

Zé Zuppani zezuppani@fotonatural.com.br

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Nara Assunção e Zé Zuppani

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